1 ano de criação da Paróquia São José de Itamira

Prezados irmãos e irmãs em Cristo,

A primeira leitura de hoje nos faz um convite especial e válido para todos os tempos: HONRAR PAI E MÃE. Este convite relembra o 4º mandamento da Lei de Deus que muitos de nós aprendemos na família e na Igreja. É um dos dez mandamentos divinos, os  quais estão  sendo esquecidos por muitas pessoas. Todo e qualquer mandamento da Lei de Deus precisa ser cumprido por nós com amor e fé, pois eles existem para a nossa felicidade. Por trás desses mandamentos, está alguém que nos garante a felicidade plena: o próprio Deus Criador, o qual nos convida a trilhar os seus caminhos, fazendo sempre o bem. Ele nos recompensa pelo esforço que fazemos para cumprir Sua vontade. Ao filho que honra pai e mãe o Senhor  promete PERDAO DOS PECADOS, promete ATENDER AS ORAÇOES além de garantir as ALEGRIAS DOS FILHOS, a BÊNÇÃO e PAZ FAMILIAR. Aqui se encontram o caminho e o remédio para a paz, a harmonia e a felicidade das nossas famílias. É no cumprimento dos mandamentos divinos que as pessoas humanas geram união, paz e felicidade no lar, na comunidade, na sociedade, no mundo e na Igreja. As nossas famílias estão feridas pelo ódio, pela desunião, pelos vícios, pela violência, pela imoralidade, pelo materialismo e até mesmo pelo fanatismo religioso. As seitas religiosas invadem os lares e plantam a desarmonia e a guerra religiosa; usando o nome de Deus e de Jesus Cristo, grupos religiosos fanáticos desrespeitam “as sementes da fé” que já foram plantadas pela Igreja Católica em nossas famílias. Por causa da diferença de crenças  religiosas, muitas  famílias não se unem e nem se reúnem mais em determinados momentos da vida, durante o ano, para saborear a vida familiar. As nossas famílias estão abandonadas pelas outras estruturas sociais. A família é a célula mãe da sociedade. Só existe sociedade, porque, primeiro, existe a família. Se as pessoas que administram a sociedade não zelarem pela dignidade e bem estar das nossas famílias, não teremos a paz, a harmonia, o desenvolvimento e a justiça que a própria sociedade prega. Vivemos momentos difíceis na família e no mundo inteiro. Porém, o Senhor Deus nos mostra que tudo pode ser mudado, transformado. A SAGRADA FAMÍLIA DE JESUS, MARIA E JOSÉ é a prova de que Deus não nos abandona. Ele vem sempre ao nosso encontro, trazendo-nos fé, esperança e amor. Deus-Pai se solidarizou com a humanidade. Ele veio ao nosso encontro na Pessoa do Filho, Jesus Cristo; ele se fez íntimo de nós, nasceu na Família de Nazaré. Podemos dizer que Deus restaurou e restaura sempre as famílias. A SAGRADA FAMILIA DE JESUS, MARIA E JOSÉ é o modelo para as nossas famílias de hoje e de todo tempo. A SAGRADA FAMÍLIA DE NAZARÉ também sentiu dificuldades nesta vida! Ela sofreu as ameaças de morte das estruturas dominantes daquela época. O Evangelho de hoje, Mateus 2,13, deixa isso bem claro, quando diz que,em sonho, o Anjo do  Senhor mandou José pegar o Menino Jesus e Maria, com o objetivo de fugir para o Egito, porque Herodes pensa em matar o Menino Deus. Herodes era rei da Palestina, a terra onde Jesus nasceu. Era rei ganancioso, autoritário e tirano. Herodes já governava a Palestina sem querer ceder o lugar  para outro; ele desejava perpetuar-se no poder. Quando ouviu a noticia de que nasceu o REI DOS JUDEUS, Herodes programou a morte desse Rei, que é Jesus. Portanto, a SAGRADA FAMILIA DE JESUS, MARIA E JOSÉ sofreu as ameaças do sistema dominante perverso da sociedade daquela época. “Herodes não matou os bebês pessoalmente. Ordenou que soldados os matassem. Estes, embora vissem a monstruosidade da ordem do rei, preferiram obedecer-lhe, talvez por receio de receberem algum castigo. Hoje não são os governantes em pessoa quem pratica os abortos. Eles têm seus executores: toda uma equipe de profissionais espalhada em vários hospitais, sempre pronta a atender ao pedido das pessoas dispostas a abortar.

Ó Santos Inocentes, vítimas da covardia dos soldados executores da ordem de Herodes, intercedei a Deus por todos os médicos, enfermeiras e demais profissionais que, por medo de desagradar às autoridades, praticam aborto em nossos hospitais. Amém.”

A Igreja Católica é a família dos fiéis católicos. Ela também sofre as ameaças das estruturas perversas dos meios de comunicação e dos que governam para si mesmos. A Igreja sofre com os sofredores e é por isso que ela anuncia a verdade e a  justiça para todos. A Igreja é porta-voz de Deus e de Jesus Cristo. Ela é a nossa mãe e a nossa mestra. Devemos amar a Igreja e anunciar o Reino de Deus em comunhão com ela.  A nossa Paróquia é também uma família. Por esse motivo, devemos amar e servir a nossa Paróquia. A Paróquia é o conjunto das comunidades que formam o mesmo corpo de Cristo, que somos nós os batizados, unidos pelo mesmo batismo e pelo mesmo Senhor, em comunhão uns com os outros, com os ministros de Cristo: o Pároco, o Bispo e  o Papa. No dia 27 de dezembro de 2009, dia da SAGRADA FAMÍLIA, o nosso Pastor Diocesano constituiu/criou esta Paróquia, cujo Padroeiro é São José. Evidentemente, muitas pessoas desejavam a criação da Paróquia, houve uma preparação para isso, o Bispo explicou o que significa ser Igreja Servidora e ser Paróquia; certamente, o Bispo também explicou que o Padre é quem administra a Paróquia, mas são os fiéis quem se responsabiliza pela manutenção da mesma.

O nosso Pastor Diocesano nos ensinou. Mas, precisamos aprender a cada dia ser Igreja uma Servidora e uma Paróquia acolhedora e dinamizadora. Como Pastor Paroquial, tenho a missão de ensinar a todos vocês , não só com o meu testemunho de vida e de fé, mas também com a palavra, com as orientações da nossa Diocese e da Igreja em geral. Aliás, a palavra católica significa universal. Nós somos cristãos católicos, somos cristãos em comunhão com a Igreja espalhada no mundo inteiro. A nossa missão é universal, não é particular. Por isso, convido as nossas comunidades a fazer comunhão profunda com a Paróquia. A sede da Paróquia é a Matriz, a Igreja Mãe. Os líderes dessas comunidades devem ser os primeiros a criar a união e a comunhão dos outros fiéis com o Pároco, com a Igreja Matriz e com a Secretaria Paroquial. Um líder que não age assim, atrapalha o Reino de Deus em nosso meio e dificulta o desenvolvimento da Paróquia. Jesus já havia dito isso aos apóstolos: Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha.( Mt 12,30). Estou acompanhando os trabalhos  das nossas comunidades e eu espero contar com a compreensão e a colaboração dos lideres ou das equipes coordenadoras. Relembro aqui que ninguém é dono da comunidade, do grupo, da pastoral ou do movimento que coordena,  como o Padre não é dono da Paróquia. O que devemos fazer é servir por amor em vista do Reino de Deus e neste Reino tem lugar para todos e todas que desejam colaborar. Espero que todas as comunidades, onde está incluída  a Matriz, renovem o modo de ser Igreja, não pensem somente no cuidado das quatro paredes da igreja pedra ou no próprio âmbito da comunidade local. Lembrem-se que somos Igreja Católica, Igreja de  missão e comunhão.

Com relação ao trabalho religioso de Igreja da Paróquia São José nesta Cidade/Distrito, estou  procurando mostrar a todos e todas que o Reino de Deus ultrapassa as barreiras do egoísmo e da pretensão humana. A Paróquia São José poderá ajudar muito mais as pessoas deste Distrito, se essas mesmas pessoas souberem separar as coisas, se essas pessoas aprenderem a conviver com as diferenças de raça, de cor, de sexo e de opiniões. A Paróquia São José tem, na minha pessoa,  a maturidade para ajudar a todos e todas daqui a criar uma nova civilização , uma nova convivência comunitária, onde todos nós podemos pensar diferente, porém podemos agir movidos pelo bem coletivo. Como Pastor e Líder do povo, fico triste, quando em nosso meio ainda  prevalece o lado pessoal, a vontade própria e o nosso povo não reflete sobre a sua própria condição humana, não busca melhoria com a própria iniciativa ou não acredita em quem quer ajudá-lo a sair das suas dificuldades.

Padre João Primo de Carvalho

O DINAMISMO DA FÉ


A fé em Deus precisa estar inserida na história concreta do ser humano. Do contrário essa fé se tornaria “ópio do povo” e quem acredita transformaria Deus num ídolo. Ora, o ídolo é aquele que permanece estático e sem vida: “não come, não bebe, não ouve e nada faz às pessoas que o invocam”. Mas Deus não pode ser igual ao ídolo. Deus é dinâmico, age na história através de homens e mulheres, profetas e profetisas, discípulos e discípulas, missionários e missionárias, leigos e leigas batizados. É preciso que a nossa fé transmita o Deus Vivo que transforma a história e que nos criou à sua imagem e semelhança e, portanto, nos constituiu transformadores da própria história humana.

QUE TIPO DE FÉ VOCÊ POSSUI?

Padre João Primo de Carvalho