MENTES RENOVADAS GERAM NOVOS TEMPOS

MENTES RENOVADAS GERAM NOVOS TEMPOS

Estamos  iniciando mais uma etapa do tempo , à qual chamamos de “ano novo”. Para os cidadãos brasileiros, o  ano de  2013 tem um significado muito forte, porque é o ano da posse dos que foram eleitos para governar ou administrar os diversos Municípios do Brasil. A expectativa é imensa,  tanto por  parte dos que votaram a favor, quanto por parte dos que votaram  contra. Os que votaram a favor  alimentam a esperança de melhorias em muitos aspectos da realidade social; esses esperançosos chegam   a dizer que agora se tem alguém  para acabar com todas as dificuldades  e os males do passado. Os que votaram contra, por sua vez, também ficam na expectativa,  porque sabem que poderão sofrer com  o desprezo, a indiferença, a vingança e outras ações  maldosas praticadas pelos que chegaram ao poder ou pelos comandados que formam as equipes de governo.  Não deveria ser assim. Isso não poderia  acontecer em pleno século XXI, onde se diz que, em nosso País e em vários lugares do mundo,  existem  a democracia e a liberdade de pensamento. Sabemos que a  mente renovada de governantes e de governados gera novos tempos em nossa história. Toda transformação social acontece depois da mudança de mentalidade dos cidadãos. Se existem cidadãos mergulhados na expectativa da confiança exagerada e do medo excessivo, é porque poucos governantes  mudaram de mentalidade na arte da administração dos bens públicos; a maioria dos administradores  públicos continua com o propósito de governar somente para os que votaram a favor. Mesmo que algum governante quisesse tratar a todos como iguais na oferta  dos serviços públicos, aqueles funcionários  que estão ocupando certos cargos  nos setores da administração não permitiriam, pois o ódio e a vingança falam  mais alto do que o bom senso.  Os governantes e os que compõem suas equipes ainda não sabem conquistar os adversários com a prática da justiça e do direito. Além disso, não  aprenderam a construir o bem coletivo, mas buscam  com exclusividade os próprios interesses.

É preocupante a situação dos milhares de Municípios brasileiros, nos quais ainda encontramos o coronelismo, atuando com toda força destruidora  da liberdade e do direito. Ainda comercializam muito o voto do povo e isso dificulta a verdadeira democracia. Se existem os compradores inescrupulosos do voto das pessoas, é porque ainda existem também cidadãos ignorantes de seus direitos e deveres. O fato já está  consumado, ou seja, já aconteceram as eleições e os administradores honestos e desonestos que foram eleitos tomarão posse. As mudanças poderão acontecer para melhor ou para  pior. Os agentes dessas mudanças (  para melhor ou para pior)  serão os próprios governantes, pois o chamado povão  não fará nada para melhorar, porque alguns cidadãos  venderam votos,  outros não entendem de seus direitos e outros cidadãos que votaram  a favor não irão questionar e nem reivindicar a quem apoiaram, para não serem mal interpretados como adversários. A briga pelo poder vai continuar, os descasos se estenderão até as próximas ou longínquas eleições. Se tivéssemos alguns setores públicos importantes da sociedade funcionando como  fórum, delegacia, promotoria pública, grupo justiça e paz,  comissão de direitos humanos e outros, seria mais fácil limitar a ganância e o egoísmo dos eleitos. Mas, vale a pena  acreditar que as  pessoas de boa vontade que foram eleitas façam algo para mudar este País e ate mesmo para mudar a mentalidade dos cidadãos.

Deus ilumine a consciência dos eleitos e dos eleitores, para que, juntos, possam construir uma sociedade mais justa e mais fraterna. Feliz caminhada no ano de  2013.

Padre João Primo

Se preferir, enviar comentários para: jprimocarvalho@bol.com.br

 

O VALOR DA HUMILDADE ( Mateus 11,11-15)

“No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele” . Jesus elogia  e coloca João Batista no auge da história humana, no que se refere à missão. O profeta Batista teve a missão de preparar o caminho do Senhor e, ao mesmo tempo, teve a graça de ver o Salvador, o Cordeiro de Deus, e indicá-Lo para os outros: “Eis o Cordeiro de Deus”. Os outros profetas do Antigo Testamento também anunciaram a chegada do Messias, entretanto não o viram chegar á terra, não viram o Filho de Deus Encarnado em nossa história. Aliás, disse Jesus um dia: “Muitos quiseram ver o que vedes e não viram…” João Batista é importante na história da salvação, por causa de sua grande tarefa recebida de Deus, para ajudar as pessoas a acolher o Salvador. Jesus afirma que o menor no Reino é maior que João Batista. Maior e menor são comparações que todos nós entendemos  em nosso dia a dia. Somos todos menores do que João Batista, pois a missão dele foi grandiosa e única na história e no tempo adequado. Porém, se cada um de nós, batizados,  cumprir bem com fé, amor, dedicação e perseverança a missão que recebemos de Jesus, torna-se o maior.

Deus aprova e eleva alguém à dignidade, agindo diferentemente do nosso modo de agir. Costumamos dar importância às pessoas que possuem bens materiais, força de competição e muitos outros elementos aparentes que garantem a conquista, a vitória e a fama individual. Mas, Deus dá importância aos desprovidos desses elementos exteriores, porém cheios de fé e de uma força chamada amor, que os impulsiona para buscar o bem, a felicidade e a vitória dos outros e até mesmo da comunidade. O menor no Reino dos Céus se torna mais importante pelo serviço ao próximo, pela busca do bem comum e pela salvação de todos. A humildade é um valor a ser conquistado, ou seja, exercitado por nós, crentes. Em meio ao mundo competitivo e excludente, nós, cristãos, devemos ser diferentes, agindo com amor, solidariedade , esperança e fé. 

Pe. João Primo

 

COMUNHÃO DA IGREJA CELESTE COM A IGREJA PEREGRINA

COMUNHÃO DA IGREJA CELESTE COM A IGREJA PEREGRINA

A  nossa devoção á Virgem Maria

A Igreja  do Senhor é chamada de Igreja Peregrina, porque os batizados ou os cristãos vivem neste mundo, peregrinando em busca da Terra Prometida , que é o Céu. Os cristãos,  que  por aqui  passaram e foram fiéis a Deus, já se encontram no Paraíso, experimentando a glória eterna. De modo que a Igreja possui  duas realidades:  a visível e a invisível, ou seja, existe a comunhão entre e a Igreja  Peregrina e a Igreja Celeste.  A Igreja é o corpo místico de Cristo, ou seja, o corpo místico de Cristo é todo o povo unido a Cristo pelo Batismo, reunido e santificado  pela mesma fé.

Desde o inicio do cristianismo, os cristãos experimentaram a comunhão com os irmãos falecidos.  Como nos  diz os documentos da própria Igreja: “A Igreja  também sempre acreditou que os apóstolos e os mártires de Cristo que, derramando seu sangue, deram o testemunho supremo de fé e de amor, estão particularmente unidos a nós. Por isso os venera com particular distinção, juntamente com a santa Virgem Maria e os santos anjos implorando piedosamente o seu auxilio de sua intercessão…” ( Subsidio CNBB 50 anos do Concilio Vaticano II  – Lumem Gentium, p. 34 ).

É na Liturgia que nós podemos perceber e sentir a nossa comunhão  com a Igreja  do céu. Ao glorificarmos e adorarmos o Cordeiro de Deus em nosso culto divino, estamos em sintonia com aqueles que o adoram face a face no céu.

A Igreja sempre venerou a Virgem Maria como Mãe do Salvador, porque também sempre compreendeu  que Deus quis agir dessa maneira para salvar o mundo. No Antigo Testamento, o Criador precisou dos Patriarcas e dos  Profetas, para levar aos povos a fé e a libertação divina. O mesmo Criador preparou Maria Santíssima para colocá-la  no plano da salvação. Os documentos da Igreja afirmam que: “Em vista dos méritos de seu Filho, foi remida de modo sublime, unida a ele por um vinculo estreito e indissolúvel e chamada ao papel e á dignidade suprema de mãe do Filho de Deus”. ( Idem, p. 36).

Na história humana do dia a dia, encontramos pessoas importantes da sociedade que recebem homenagens por serem pessoas boas ou porque realizaram alguns feitos heroicos. Existem pessoas que recebem elogios e homenagens. Os nossos elogios e as nossas homenagens aos Santos, Santas e a Nossa Senhora são baseados na verdade do que eles representam para nós como testemunhas da fé. Se a sociedade e outras instituições possuem pessoas notáveis e importantes e, por isso, prestam-lhes homenagens e elogios, por que ignoram  que na Igreja nós, cristãos, veneramos e homenageamos os Santos e Santas e também Nossa Senhora?

Os Santos e Nossa Senhora são testemunhas de nossa fé, são sinais que nos indicam em direção a Cristo, no caminho da santidade. Quem já conhece tanto os Santos e Nossa Senhora, a ponto de não querer saber mais nada sobre eles? Os que já conhecem Maria Santissima e os Santos fazem o que eles fizeram? Possuem a mesma fé que eles possuíram? Fazem as mesmas boas obras que eles fizeram? Amam a Deus e a Jesus Cristo como eles amaram?

Pe João Primo

ADVENTO – TEMPO DE ESPERA

Advento – Tempo de espera, tempo de preparação  para a chegada do Messias.  Ele já veio uma primeira vez, desceu do Céu e se ENCARNOU no seio da Virgem Santíssima , por obra do Espírito Santo,  e habitou entre nós. Porém, a Igreja nos oferece esta oportunidade de revivermos os momentos históricos da Salvação. É na Sagrada Liturgia, que experimentamos o mistério da ENCARNAÇÃO, VIDA, MORTE e RESSURREIÇÃO do Senhor. Somos, mais uma vez, abraçados, acolhidos e santificados por Deus. O nosso Deus já veio, mas continua vindo ao nosso encontro, para caminhar conosco em nossa vida e em toda a nossa  história. Advento é tempo de abertura do coração para Deus, para que o Messias possa nascer na manjedoura interior de cada pessoa humana, pois somente  assim se completará a salvação que já nos foi oferecida no Calvário, restando que a mesma seja acolhida por todos nós, mediante  a fé. O Messias veio, ele está conosco e ele virá ao mesmo tempo. Trata-se do tempo dinâmico da teologia e de nossa fé. E quanto mais soubermos aproveitar da Liturgia do Natal, tanto mais descobriremos a presença do Senhor Jesus, que chega até nós, até as nossas familias e até ao mundo, no qual ainda existem as injustiças, os sofrimentos, o ódio e a ambição. Abramos o nosso coração e clamemos com fé e esperança: VEM , SENHOR JESUS ! 

FELIZ NATAL!

Pe. João Primo

Pároco